Há uns anos foram reveladas umas cartas onde Madre Teresa de Calcutá confessava ter passado por momentos de profunda crise espiritual, durante os quais chegava a duvidar da existência de Deus.
Também eu, na segunda feira à noite – e envergonho-me de o dizer – durante 19 minutos tive algumas dúvidas sobre Jesus. Foram 19 minutos em que, de repente, senti um grande vazio interior, e o mundo surgiu-me perante os olhos desprovido de qualquer
sentido.
“Porque me abandonaste?”, perguntei, a seguir ao segundo golo da Naval, de braços abertos e a olhar para cima (na direcção do LCD do café).
Ao fim desses 19 minutos, Weldon (cuja maior qualidade é ser um exímio marcador de golos feios) bisou. Aprendi uma lição de fé. Por vezes, os caminhos de Jesus podem ser misteriosos, mas nada do que se tem viso em campo pode ser por acaso. Aqueles que não acreditam, como nós, pensam que Jesus é um homem como os outros, mas que foi mitificado por milhões de indivíduos crédulos. Como se Weldon não tivesse sido colocado naquele terreno de jogo para obedecer a um desígnio superior… Como se Jesus não tivesse um propósito para todo e qualquer jogador que faz parte do plantel do Benfica … (E o árbitro? Também deu um amarelo ao Maxi Pereira por a caso? Obviamente que não. Seriam demasiadas coincidências … )
Por fim, não queria escamotear este dado: não fosse Rentería ter “sofrido” duas grandes penalidades na partida contra o Guimarães e o FC Porto poderia estar apenas a 2 pontos da qualificação para a Liga dos Campeões. É caso para os adeptos portistas se questionarem – agora sim, com propriedade – sobre em que posição é que o FC Porto terminaria o campeonato se Rentería não tivesse sido impedido de jogar pelo seu clube.